sábado, 24 de julho de 2010

palavras pequenas

Tempos e tempos, bons e outros melhores, cheiros, gostos, salivas, cores, sons e sentidos. O mundo melhora quando estou com você, ao final de tudo, por ser final uma tem que ir embora. Prefiro a fome a ter que entra no ônibus sozinha e me dopar até chegar em casa com gosto de solidão e de saudade. É pouco o que consigo decifrar através dos sentimentos, necessito do que ainda não tem nome, do que não sei, preciso de você sozinha e de todos ao nosso redor, da liberdade de estar presa aos seus braços e de tudo o mais que nos compreende. Penso o dia inteiro e chego a conclusão de que quero seu nome, suas letras miudinhas, seus carinhos e beijos sem fim, da sua voz doce e feroz, quero você. Desculpa se te quero imensamente, mas me perdoe ainda mais por não saber descrever tudo o que sinto. E tem o seguinte: não importará nada do que eu diga, o que eu sinto é muito maior. (Janaína Guedes)

amor.

"O cheiro do teu corpo persiste no meu durante dias. Não tomo banho. Guardo, preservo, cheiro o cheiro do teu cheiro grudado no meu. "
(Caio Fernando Abreu)

sábado, 10 de julho de 2010

Tanto Amar =D

É na soma do seu olhar
Que eu vou me conhecer inteiro
Se nasci pra enfrentar o mar
Ou faroleiro

Amo tanto e de tanto amar
Acho que ela acredita
Tem um olho a pestanejar
E outro me fita

Suas pernas vão me enroscar
Num balé esquisito
Seus dois olhos vão se encontrar
No infinito

(Chico Buarque)
"À noite, sozinha na cama, amargura, culpa, choro envergonhado, desejos inconfessáveis, pensamento em Gonçalo."
(Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

...voa, voa...

Todos estes que aí estão atravancando o meu caminho,

eles passarão.

Eu passarinho.
(Mário Quintana)

domingo, 4 de julho de 2010

Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, se sorrisse, e quase certamente sim, quando o encontrasse, para que não visse o dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era.

(Caio Fernando Abreu)